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9 de janeiro de 2017

Resenha: Por parte de pai

Hoje eu trouxe pra vocês uma breve resenha sobre "Por parte de pai", livro que eu ganhei numa feira de trocas da minha escola no ano passado e que inaugurou o meu quadro de leituras de 2017.

"Por parte de pai" tem uma linguagem leve, escrita por Bartolomeu Campos de Queiroz que narra o convívio de um menino e seu avô no interior de Minas Gerais. Bastante metafórico e poético, esta obra descreve perfeitamente e nos mínimos detalhes a vida distante da cidade grande e é capaz de facilmente criar um cenário bastante comum para quem já viveu distante da tecnologia.

As relações com a família, as indagações típicas infantis e a espera pelo futuro são evidentes na obra, que retrata o conflito de um garoto que, vendo o pai de tempos em tempos, vive com os avós porque sua mãe está doente no hospital.



O pequeno menino cresce observando seu avô fazer registros de tudo aquilo que via, ouvia ou que as pessoas comentavam na pequena cidadezinha. Esses fatos vão ganhando espaços nas paredes da casa, registros que narrariam as pequenas histórias de uma cidadezinha do interior.

"Meu avô, não. Ele enfrentava o silêncio com a maior coragem. Ficava horas se machucando com ideias. Depois amarrava tudo em uma frase na parede: "Não existe sete vidas nem sete fôlegos. Tudo acaba em sete palmos." (página 59)

Além de nos colocar muito próximos de uma infância que compreendemos sem vivê-la, Campos de Queiroz usa metáforas que questionam a passagem do tempo o tempo todo. O avô do menino é praticamente um grande professor, pois utiliza sua sabedoria e experiência de vida para mostrar ao neto o quanto é impossível controlar as mudanças, mas o quanto é importante usufruir delas.

"O tempo tem uma boca imensa. Com sua boca do tamanho da eternidade ele vai devorando tudo, sem piedade. O tempo não tem pena. Mastiga rios, árvores, crepúsculos. Tritura os dias, as noites, o sol, a lua, as estrelas. Ele é o dono de tudo (...) Nada fica pra depois do tempo." (página 71)

Em 2014 eu escrevi uma crônica para a Olimpíada de Língua Portuguesa em que eu contava a história de minha mãe em minha pessoa. A infância dela se passa também em uma cidade pequena. Gostei muito de relembrar isso. Qualquer dia desses eu posto a crônica aqui no blog pra vocês.

E esse foi o post de hoje, pessoal.
Gostaram? Vão ler? Falem nos comentários!
Beijos e até a próxima.


2 comentários:

  1. Gosto do autor e a resenha me animou para essa leitura. Amanhã mesmo vou atrás do livro.

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    Respostas
    1. Olá Sheila!
      Gosto muito de ler isso! Aposto que você não vai se arrepender! <3

      Beijão e obrigado pela visita!
      Volte sempre!

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